quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Solidariedade: Interesse do Ser Humano e da Sociedade


“O interesse humano não é um interesse que possa ser fabricado, senão tem que ser provido com a atmosfera e terreno próprio para seu desenvolvimento: o terreno é a experiência e as relações de homem a homem das quais nascem suas percepções e realizações espontâneas.”
(Nilakanta Sri Ram)


Atualmente, além das estruturas organizadas próprias das civilizações, tais como instituições comerciais, científicas, educacionais, religiosas, artísticas e o próprio Estado, constatamos a existência de inúmeras organizações, de agremiações esportivas e culturais até sindicatos e associações de classes profissionais.

Todas elas surgem para prover, proteger e desenvolver os interesses dos seres humanos à medida que formam sociedades onde as relações se tornam múltiplas e complexas.

E a nossa sociedade torna-se cada vez mais múltipla e complexa, com as possibilidades geradas comunicação global e a necessidade de envolver um número cada vez maior de pessoas das mais diversas especialidades para desenvolver projetos, que são cada vez mais extensos e intrincados.

Certamente é necessário que os indivíduos constituam estruturas sociais para viabilizar seus interesses comuns. Entretanto, todas as coisas sempre têm dois lados. Ao mesmo tempo que essas estruturas viabilizam os interesses do indivíduo humano, elas desenvolvem seus próprios interesses organizacionais, corporativos e institucionais. Esses interesses acabam voltando-se sobre os indivíduos e nessa interação surge o risco daquilo que foi criado para prover o Ser Humano acabe massificando-o, fazendo com que imperceptivelmente se perca de vista o objetivo inicial.

O objetivo inicial é que os interesses que cada ser humano desenvolve a partir da sua vocação e integração à sociedade possam ser canalizados de uma forma inteligente, assegurando felicidade, realização e evolução.

Sempre que nos encontramos com esse “jogo de contrários” é preciso pensar em uma forma de harmonizá-los, conquistando um equilíbrio que caracteriza as verdadeiras soluções para os desafios da vida.

Como exemplo disso temos os inúmeros problemas e necessidades que requerem a ação solidária entre os seres humanos.

A solidariedade é antes de tudo um interesse próprio do indivíduo humano, que nasce de um senso de humanidade e bondade inatos.

Diante da dimensão e urgência das necessidades é indispensável que as estruturas sociais reúnam e organizem as pessoas para exercer a solidariedade, mas é igualmente essencial preservar o espaço para que cada um se expresse de forma solidária.

Porque, através da ação solidária espontânea, cada indivíduo humano estabelece uma relação direta com outros seres humanos. Esse contato humano direto, que às vezes se perde no contexto de ações institucionalizadas, é essencial para que cada pessoa amadureça uma visão própria de si mesmo e de suas relações com o mundo através de uma vivência imediata.

Uma das mais importantes soluções para os problemas do ser humano e do mundo atual é a reconstituição dos laços humanos através da solidariedade. E ante esse desafio de dimensões globais precisamos harmonizar a ação das instituições sociais que levam solidariedade através de amplos programas com a promoção da ação solidária de cada cidadão no dia-a-dia da sua casa e da sua cidade.

Não só necessitamos de grande e bons programas de solidariedade institucionais, cada um de nós precisa romper com a estreita rotina apressada do nosso cotidiano para se encontrar diretamente com outros seres humanos através desse valor ético atemporal que é a solidariedade.

Secretários do Rio contestam grupos que distribuem sopas

Secretários do Rio contestam grupos que distribuem sopas

24 de maio de 2009 • 04h27 • atualizado às 04h27

Faltava pouco para os ponteiros do relógio da Central do Brasil se encontrarem à meia-noite. Moradores de rua esperavam um dos vários grupos que distribuem sopa na cidade - no caso da avenida Presidente Vargas, filósofos do Grupo Cultural Nova Acrópole. A caridade, porém, preocupa a prefeitura do Rio de Janeiro, que enxerga no gesto um estímulo à permanência da população nas ruas.

"De fato, as pessoas que distribuem comida a moradores de rua acabam contribuindo para dificultar o trabalho de acolhimento que estamos desenvolvendo juntamente com a Secretaria Municipal de Assistência Social", afirmou Rodrigo Bethlem, secretário municipal de Ordem Pública. "Em operações, muitos se recusam a seguir para os abrigos porque não querem perder a hora do sopão", diz.

Ineficácia municipalO filósofo Vitor Barrozo, 40 anos, não acredita que o ato de generosidade estimule a mendicância. Para ele, trata-se de um exercício, no qual os praticantes colocam o melhor se si sem reserva. Nos encontros, o grupo conversa com moradores e dá conselhos.

"Eu acredito na frase de Betinho 'Quem tem fome tem pressa'. Se a prefeitura tivesse eficácia, eles não estariam aqui. Isso não é um incentivo, mas a sociedade não pode ficar omissa diante dessas situações", defende Barrozo.

O secretário municipal de Assistência Social, Fernando William, cita um mapeamento que indica a maior concentração de moradores em regiões onde grupos distribuem refeições. Dizendo-se "humanista", ele considera essas ações "um desserviço bem intencionado".

"Dias desses, minha equipe e eu tínhamos convencido vários moradores de rua a irem para o abrigo. Eles estavam todos dentro da Kombi, quando chegou um grupo distribuindo sopa e todos saíram para pegar", conta William.

A professora da Escola de Serviço Social da UFRJ, Rosana Morgado, não acredita que a doação de refeições fomente a permanência na rua. Para ela, o pensamento da prefeitura é um equívoco e impedir distribuição de alimento é atacar processos de solidariedade.

A acadêmica cita que, nos últimos dez anos, apenas uma pesquisa foi feita em nível nacional para traçar o perfil do morador de rua. Rosana julga a falta de dados como complicador para a execução de políticas públicas eficazes. Para ela, não é a oferta de comida a responsável pelo insucesso das ações municipais. O recolhimento da população de rua executado pela atual gestão é avaliado como um retrocesso pela pesquisadora.

"Se não forem feitos programas de forma integrada, as ações municipais são como enxugar gelo. A população não está na rua por causa de um prato de comida. Ela está ali porque encontrou naquele espaço possibilidade de sobrevivência. Na rua, fica exposta a todo tipo de violência e sofre discriminação", argumenta Rosana, que defende políticas integradas de habitação, saúde, emprego e renda.

Os secretários Rodrigo Bethlem e Fernando William pedem que as organizações de assistência continuem a desempenhar o serviço, mas através da prefeitura.

"Nós queremos que as pessoas continuem contribuindo para assistir os moradores de rua, mas que o façam de forma orgânica. Ou seja: que ajudem, por exemplo, a melhorar as condições dos abrigos, sejam eles oficiais ou não", pede Bethlem.

"Quem quiser ajudar pode ir a um abrigo nosso. O que eles mais precisam é de cuidados humanos, afeto, respeito e carinho. Qualquer um dos nossos abrigos apresenta condições melhores que as situações da rua. Lá, eles vão ter uma disciplina, alimentação, limpeza, que são cuidados básicos", argumenta o secretário.

Desjejum às 23hManoel Carvalho Pinto, 60 anos, mora na rua há seis. Protegido da chuva pela marquise, diz que vai ter sua primeira refeição de uma quarta-feira às 23h.

"A gente vive na rua e não tem certeza de nada, isso daqui (a sopa) caiu do céu", agradece Manoel, que por causa de um derrame tem problemas na perna esquerda.

Porém, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas por quem "vive ao léu", ele prefere as incertezas da rua.

"Eu, particularmente, na minha opinião, acho mais fácil viver aqui. A gente trabalha e perde o emprego ou mora longe e tem que acordar cedo e chega tarde em casa. É melhor ficar na rua mesmo. Eu durmo aqui na Presidente Vargas, porque sempre tem alguém que me dá comida", conta o carioca.

Em uma coluna à frente de Manoel, dona Maria de Fátima Resende, 58 anos, encolhe-se no cobertor curto. Ela sabe que a noite vai ser longa e com agilidade bebe, sem filosofar, a sopa que ganhou há pouco do Grupo Nova Acrópole.

Com a lucidez cambaleante de quem mora há 22 anos na rua, revela a fragilidade de quem ainda não se acostumou com a rigidez do passeio público.

"Já fui para o abrigo de Bonsucesso, fiquei um mês. Lá, eles colocam a gente junto com bandidos, ladrões. Eu queria comer duas vezes e não me deixaram. Preferi voltar para a rua, é mais seguro. Mas não gosto daqui também. Queria ter minha casa, sei costurar, posso trabalhar, tenho muita força ainda - desabafa Maria, que ainda diz ter um sonho: - eu queria mesmo era cantar na televisão. Eu podia ser a Hebe.

Na Praça da Cruz Vermelha, no centro, um grupo de aproximadamente 20 moradores de rua esperavam a sopa. A chuva fina que caía talvez impedisse que um grupo entregasse refeições naquela noite. Os estômagos protestavam.

"A alegria do nosso dia é dormir de barriga cheia, vem ONG, evangélicos, padre, espíritas e dão cachorro-quente, quentinha, sopa, canjica. Porque, se depender da prefeitura, a gente não tem nada, não existe. Eles só querem nos recolher", reclama Carlos, que já foi garçom e perdeu as contas de quantas vezes passou pelos abrigos, de onde costuma ser expulso por não conseguir largar o vício da bebida alcoólica.
JB Online

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Iniciativa de Solidariedade

Os voluntários de Nova Acrópole no Rio de Janeiro dão continuidade às Ações de Solidariedade na sua cidade. Confira as imagens do último "sopão".






quinta-feira, 12 de março de 2009

Como Funciona o Curso de Filosofia à Maneira Clássica

Quando pessoas que “analisam” as atividades de Nova Acrópole afirmam que os alunos freqüentam o 1º. Nível do Curso de Filosofia à Maneira Clássica sem saber realmente o que lhes espera ao prosseguir como membros, demonstram não saber como se realiza o curso. Para que essa ignorância seja suprimida e qualquer comentário possa ser feito com base nos fatos, segue uma exposição sobre como funciona o Curso de Filosofia à Maneira Clássica.

Considerando a Filosofia à Maneira Clássica e Escola de Filosofia à Maneira Clássica conceitos que não são correntes e conhecidos amplamente na cultura atual, as pessoas chegam a Nova Acrópole movidas principalmente pela curiosidade.

Por isso, estes temas são apresentados às pessoas em aulas de apresentação ou aulas inaugurais. Essas aulas são gratuitas, abertas a qualquer pessoa e nelas são apresentados os temas: o que é a filosofia à maneira clássica, o que são as escolas de filosofia à maneira clássica, qual a importância e o aporte oferecido por essas instituições, sempre que elas desenvolvem suas atividades na sociedade. Também se apresentam Nova Acrópole e o primeiro nível do Curso de Filosofia à Maneira Clássica, as matérias que se desenvolvem nele, as condições e horários em que ele se realiza.

Com base nessa apresentação, algumas pessoas consideram que a Filosofia à Maneira Clássica e Nova Acrópole são de seu interesse, formalizam sua inscrição e seguem assistindo aulas semanais. Outras pessoas não consideram de seu interesse aprender Filosofia ou participar de Nova Acrópole. Assim, acontece o que sempre ocorre quando uma proposta é apresentada às pessoas: algumas participam, outras não, de acordo ao que consideram importante para suas vidas.

Durante o desenvolvimento do curso, além das matérias de Ética, Sociopolítica e Filosofia da História são apresentados temas adicionais como: que é Nova Acrópole e quais os seus princípios, os símbolos que existem nas escolas de filosofia e o seu valor, a estrutura e as atividades de Nova Acrópole, o que significa ser membro de uma escola de filosofia e a celebração da recepção de novos membros ou formatura. O conjunto desses temas adicionais constitui uma matéria completa que deixa claro o que significa passar à condição de membro. Um diálogo ao final do curso com cada aluno serve para esclarecer as opções disponíveis em Nova Acrópole.

Os alunos que concluem o primeiro nível do curso de filosofia são informados que podem continuar aprofundando seus conhecimentos da Filosofia à Maneira Clássica, cursando os níveis subseqüentes sem outro compromisso além de assistir regularmente às aulas e pagar sua contribuição associativa pontualmente. São informados que também existe a possibilidade de continuar estudando filosofia e participar de atividades de voluntariado, tanto aquelas que mantém Nova Acrópole em funcionamento, como aquelas promovidas junto a outras instituições e diretamente junto à comunidade. São informados que também existe a possibilidade de participar do Círculo de Amigos, programa de estudos da filosofia à maneira clássica com maior flexibilidade de horários e freqüência.

Além de todas essas possibilidades de integração à Nova Acrópole, existe a condição de simplesmente concluir o curso de primeiro nível e continuar a participar de todas as atividades públicas e abertas sem qualquer vínculo, opção que efetivamente é escolhida por tantas pessoas quantas aquelas que se tornam membros.

Finalmente, quando um aluno decide que é do seu interesse tornar-se membro, formaliza sua solicitação, participa da celebração de formatura e se integra as atividades acropolitanas, permanecendo nelas enquanto isso for de sua vontade.

Esse procedimento permite que as pessoas conheçam Nova Acrópole e a filosofia à Maneira Clássica antes de estabelecer qualquer relação com a instituição e suas atividades. E isso é essencial, pois justamente o que caracteriza a proposta da filosofia à maneira clássica é que os indivíduos façam escolhas conscientes sobre os rumos que darão as suas vidas e sobre as maneiras como participarão da vida em sociedade.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A Contribuição das Escolas de Filosofia à Maneira Clássica para a Oratória e a Dialética

Talvez o legado mais importante das escolas de filosofia à maneira clássica seja o uso e desenvolvimento da palavra a través da oratória e da dialética com o objetivo que o ser humano e a sociedade humana possam achar soluções aos seus problemas conversando.

Aprender pensar e falar de forma coerente não só é uma arte, mas uma ação profundamente humana.

O poder da palavra quando bem usado manifesta a maior quantidade de possibilidades para evoluirmos e para encontrarmos saídas aos nossos problemas. A condição racional permite ao ser humano começar qualquer projeto, programa ou empresa, raciocinando, planejando e falando. O poder da palavra gera aderência, aliados e consegue evitar maus entendidos, tensões, agressividade e violência.

Resulta incompressível para um bom orador e dialético, iniciar qualquer coisa com predisposição para o engano ou para lesar alguma das partes em litígio e é também incompreensível que antes de por em funcionamento as faculdades inteligentes do ser humano se comece um conflito ou uma guerra e depois de muitos anos de sofrimento, perdas, tragédias, holocaustos etc, tenham todos que sentar numa mesa para conversar e achar soluções. Porque não fizeram isso antes?

A oratória e a dialética propõem como base de entendimento uma coerência entre pensamento, palavra e obra, a sua natureza é por tanto ética e moral e era ensinada nas escolas gregas e romanas a partir 14 anos de idade a todos os alunos.

Este é então um outro aporte que uma escola de filosofia à maneira clássica pode dar a nossa atual educação.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A historia julga para alem dos seus críticos

Na Biblioteca Upasika www.upasika.com encontram-se as seguintes informações sobre a biografia de Nilakanta Sri RAM [Thanjavur, India, 1889 - Adyar, India, 1973]:

* Miembro de la Sociedad Teosófica convirtiéndose luego en su Quinto Presidente Internacional [1953-1973]
* Integrante de la Co-masonería [Le Droit Humain]
* Corriente filosófica: Teosofía post-blavatskiana
* Antecesores: Helena Blavatsky, Annie Besant, Charles Leadbeater, Jinarajadasa.
* Sucesores: Radha Burnier, John Coats, Jorge Livraga.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O Simbolismo da Cruz

É um símbolo universal que encontramos em todas as culturas, principalmente nas americanas como na Tolteca e representa o advento da consciência no homem e do ciclo de Quetzacoatl ou da sabedoria na humanidade. O entrecruzamento dos dois vetores representa o encontro entre o espírito e a matéria, o encontro da inteligência e o instinto. Representa um momento crucial na evolução onde o equilíbrio estático da nascimento ao movimento. Encontramos este símbolo também expressado como quincunce ou o quinto sol que representa o surgimento da humanidade na terra e o advento dos sábios que guiam aos homens.

Funções das Escolas de Filosofia à Maneira Clássica

Outra das funções de uma escola de filosofia à maneira clássica é a de garantir a qualidade do conhecimento que influencia e direciona uma sociedade.

Para isso a filosofia através das escolas de filosofia define isso que é conhecido como teoria do conhecimento.

Existem quatro tipos de conhecimento: A opinião comum (doxa), a opinião qualificada, o conhecimento ou ciência, e a sabedoria.

Desses quatro só os dois últimos são fundados em fatos e coisas reais. O papel da filosofia é o de desenvolver a sabedoria e com isso garantir que a direção que o conhecimento científico possa tomar é a correta e os seus resultados serão não só justos em termos individuais, mas também justos em termos coletivos. O complemento destas quatro formas de conhecimento é o método correto para conhecer, que se compõe de: Inferência que é a capacidade de conhecer a través de alguma coisa visível outra que na podemos ver, mas que é causa da que vemos.

Analogia, que corresponde à metodologia de pesquisar a través de modelos universais que possa gerar conceitos.

Pesquisa de fontes de autoridades no conhecimento. Corresponde ao estudo comparativo de pensadores de alto padrão de qualidade. Percepção direta significa uma observação consciente e lúcida das causas, efeitos e leis da natureza. Agudeza mental, para penetrar nos mistérios da natureza e o desenvolvimento da inteligência. Finalmente a realização como resultado que certifica que o conhecimento tem sido elaborado da forma correta. Este é o método de trabalho da filosofia à maneira clássica e é isso que uma escola de filosofia aporta à sociedade à qual serve.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Resposta ao publicado no dia 09 de janeiro de 2009, com relação a Nova Acrópole e a Sociedade Teosofica.

Apesar de que todas essas questões aconteceram no ano 1982, é necessário para mim esclarecer certos fatos, pois, sou testemunha ocular da relação que existiu na época a qual se faz menção entre Jorge Angel Livraga, Ada Albrecht e o diretor da Sociedade Teosofica em exercício naquela época, o Dr. Nilakanta Sri Ram, que se manteve até o ano 1974, época onde o Dr. N. Sri Ram veio a falecer.

No ano 1979 tive acesso as cartas que o diretor da Sociedade Teosofica manteve como correspondência direta com Jorge Angel Livraga e Ada Albrecht. Nessa correspondência o Dr. Sri Ram dava direcionamentos precisos e ensinamentos para ambos gerar uma nova instituição diferente da Sociedade Teosofica, hoje conhecida como Nova Acrópole. Acredito que o Dr. Sri Ram tinha suas razoes para tomar essa decisão e inspirar um novo movimento.

Para mim é muito claro que esse fato causou confusão nos dirigentes da Sociedade Teosofica da Argentina, coisa que gerou um processo muito conturbado de rumores, comentários e até calunias sobre a origem da escola de filosofia a maneira clássica Nova Acrópole. Sei que essas cartas estavam em poder da Sra. Ada Albrecht até o ano 1981, cartas importantíssimas nessa questão pois demonstram o vinculo discipular com quem foi o Diretor da Sociedade Teosofica Mundial.

Provavelmente essas cartas ainda existam, e em algum momento possam ser disponibilizadas para apurar de forma veraz e real a historia das origens de Nova Acrópole.
Por outro lado na informação veiculada no blog do demiurgo (anônimo), faz-se menção da juventude das pessoas no movimento fundado por Jorge Angel Livraga e Ada Albrecht, coisa que desinforma de maneira preconceituosa a imagem do nosso movimento. Em principio é falsa essa informação, pois 80% dos nossos associados são adultos, embora também tenhamos muitos jovens.

Minha pergunta é: “é ruim ter jovens em um movimento filosófico e social?” pois nessa afirmação existe um grau de implicância. Nosso movimento desenvolve atividades para todas as faixas etárias e isto demonstra a nossa atitude social e educacional.

Por ultimo os comentários da Sra. Pauline Palmere e do Sr. Juan Carlos Palmeri, quero acreditar que são opiniões pessoais e não um comunicado publico e oficial da Sociedade Teosofica, posto que a nossa relação com a ST no Brasil, embora sejamos 2 movimentos diferentes, sempre tem sido de muita cordialidade e respeito.
E pretendo continuar mantendo essa relação, em virtude da coerência de vivenciarmos e aplicarmos o principio que promovemos que é o de “Promover a fraternidade universal, sem nenhum tipo de distinção”. O Brasil sempre tem sido exemplo e continua sendo de entendimento entre todas as raças, religiões, crenças e posições filosóficas e políticas, e não vejo porque tenhamos que seguir os maus exemplos que vem de fora.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O que é uma Escola de Filosofia à Maneira Clássica

A questão é que não existe na cultura atual o conceito de escola de filosofia à maneira clássica como núcleo de um movimento filosófico social.

A cultura se compõe de arte, ciência, política, religião e filosofia e esta última tem sido banida durante séculos pelos tiranos de turno que nunca gostaram de que as pessoas aprendam a pensar.

Esse fato faz com que Nova Acrópole seja acusada em diferentes lugares do mundo de todo tipo de coisas, que quando comparadas carecem totalmente de sentido. Nos acusam ao mesmo tempo de comunista e de fascista, de seita católica e Budista etc. É obvio que por falta de um conceito estruturado as pessoas querem definir Nova Acrópole pelo que conhecem. Se acrescentarmos a isso que todos tememos o que é desconhecido, a tendência é pensar sempre no pior.

Também existem interesses não tão bem intencionados em pessoas que lucram com a desinformação e a manipulação dos meios de comunicação, então temos o quadro completo.

Acontece que Nova Acrópole cumpre com uma importante função não só social, mas também cultural e educacional.

Uma escola de filosofia à maneira clássica como Nova Acrópole é constituída através do estudo comparativo de ciências, artes, filosofias, religiões e políticas com o objetivo de fornecer ferramentas de conhecimento para gerar critério as pessoas que desenvolvem os estudos e as pesquisas comparadas.

Esta atividade dá a NOVA ACRÓPOLE um caráter eclético pelo qual a sociedade a escolhe por cima de qualquer tipo de fanatismo ou sectarismo.

Trata-se de uma proposta de trabalho que é apresentada aos interessados. E que logo implica manter o compromisso do que foi oferecido, em detrimento de que as mesmas pessoas se retirem da escola por não encontrarem o que lhes foi oferecido. O estudo comparado dá também à NOVA ACRÓPOLE a capacidade de aportar através da filosofia à maneira clássica elementos importantes aos outros elementos da cultura, como por exemplo, aportar com fundamentos à fé de qualquer pessoa religiosa; uma expressão coerente através da arte da oratória que sempre foi campo da filosofia aos oradores públicos na área política; fornecer teorias do conhecimento a cientistas e gerar estética aos artistas.

NOVA ACRÓPOLE através da filosofia á maneira clássica se torna núcleo e inspiração aos institutos de medicina, música, ciências jurídicas, artes marciais, antropologia e ciências humanas, etc. Criando um amplo leque para o desenvolvimento das vocações, questão que hoje não se desenvolve em nenhum centro educacional.

Também está presente a questão da ética e da moral, que para a filosofia à maneira clássica foi sempre uma ciência. A ciência do comportamento humano e hoje não temos muitas intituçoes que dominem este tema. A ética não é área da religião. A religião exige um comportamento ético, mas quem sabe educar de forma ética é a Filosofia à maneira clássica e isto é hoje uma questão necessária e fundamental, já que sem ética não podemos educar um bom cidadão e a democracia fica questionada pela existência da corrupção.

NOVA ACRÓPOLE desenvolve programas de educação ética e moral para funcionários públicos, educadores etc. Em Nova Acrópole a filosofia à maneira clássica ajuda superar um dos grandes problemas de hoje na área do conhecimento como é o de carecermos de interdiciplinas que possam integrar profissionais de diferentes áreas para abordar problemas comuns e principalmente sociais.

A filosofia à maneira clássica é uma atividade fundamentalmente interdisciplinar e representa uma função na sociedade de extremo valor. Hoje existem deficiências alarmantes enquanto ao desenvolvimento do potencial humano que em linhas gerais não chega na melhor das condições aos 3% de sua utilização e aqui NOVA ACRÓPOLE cumpre também com uma função social importante, já que a filosofia á maneira clássica fornece metodologias, ferramentas e subsídios para educar o potencial humano e desenvolvê-lo.

Pretendo continuar estruturando o conceito a traves de outras intervenções, mas para concluir com este artigo posso dizer que estas atividades têm gerado uma nova sociedade filosófica que integra crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens, adultos e anciãos que participam assiduamente de programas de estudo que envolvem simultaneamente, atividades físicas, biológicas, emocionais, mentais, filosóficas, estéticas e de realização humana.

Na década de 1950 a organização mundial do trabalho contratou um sociólogo conhecido como A. Maslow para gerar um programa de formação geral para funcionários e trabalhadores nas empresas em nível mundial para resolver problemas de falta de motivação, qualidade de vida, aumento da produção e satisfação em sentido geral.

Maslow apresentou um trabalho que até o dia de hoje carece de uma aplicação real. Se assim fosse o mundo estaria bastante melhor.

Pois bem a NOVA ACRÓPOLE coincide plenamente com este sociólogo e embora o conhecimento da filosofia a maneira clássica integra há muitos séculos os mesmos métodos e critérios a Nova Acrópole tem conseguido trabalhar todas essas necessidades de uma forma pratica e eficiente. Acredito que Maslow previu o futuro e teria encontrado em NOVA ACRÓPOLE as condições para realizar seu sonho.

Finalmente e depois de explicar isto afirmo que NOVA ACRÓPOLE não é uma seita esoterista nem uma seita religiosa. É uma escola de filosofia à maneira clássica e um movimento filosófico social e se querem nos classificar que o façam da forma correta.

De qualquer forma as críticas também são bem vindas desde que não tenham má intenção, já que ajudam a esclarecer para a opinião pública um tema por demais interessante.
Considero como fundamental e necessário a existência na época atual de uma escola de filosofia á maneira clássica, pois vem preencher um vazio que as artes, as ciências, as religiões e a política não podem preencher, já essa não é a função delas, mas sim da filosofia à maneira clássica.

Filosofia à Maneira Clássica, Educação e Vocação

Saudações a todos os participantes e leitores desse Blog!

Meu nome é Dimas Pincinato Alves, educador nas áreas da Administração e Tecnologia da Informação e também voluntário da Associação Cultural Nova Acrópole de Florianópolis desde 2001. Como pesquisador na área das Ciências Humanas e Professor de vocação sempre estive em busca de conhecimentos que me aportassem referenciais para promover pessoas e organizações mais justas para a nossa Sociedade.

É inegável que apesar de todos os nossos progressos tecnológicos, nos falta algo. E as pessoas, tanto individualmente quanto coletivamente agrupadas em organizações estão em busca desse algo. No terreno da educação, encontramos entidades como a ONU, a UNESCO, a OIT, a UNICEF, o MEC e muitas outras organizações governamentais e não governamentais a promover idéias que tornem o ser humano melhor, para que este então torne a sua sociedade melhor. No terreno da administração, pesquisadores idealistas erguem a mesma bandeira de outra forma, tentando propor novas formas organizacionais que incluam, além do alcance do lucro, uma organização mais justa que considere cada vez mais o Ser Humano em seu local de trabalho. E as palavras que encontramos facilmente para traduzir essas aspirações são ética, comportamento, convivência humana, espírito de equipe, espiritualidade, felicidade, honestidade, vocação, capacidade de realização, liderança e muitas outras.

Mas apesar da evidente boa intenção humana, ainda faltava algo, pois a teoria nos parece correta, mas na prática a sociedade também nos parece continuar a adquirir características cada vez mais contrárias: egoísmo, indiferença, injustiça, alienação, corrupção, degradação ambiental e muitas outras.

Foi quando conheci a Associação Cultural Nova Acrópole e descobri um tipo de organização, um conceito que não sabia existir: uma Escola de Filosofia à Maneira Clássica. Estudando o tema na história, descobri registros que indicam a existência desse tipo de escola em todas as grandes civilizações, em todas as épocas e em todos os lugares. E que nessa tradição podemos encontrar uma riqueza extraordinária em termos educacionais: métodos, referências, experiências práticas exitosas, enfim, conhecimentos que se aplicados, garantem a formação de um Ser Humano melhor e de uma Sociedade melhor.

Para mim foi a peça que faltava, pois se hoje desejamos educar um Ser Humano eticamente, não sabemos como fazê-lo. Pois se soubéssemos, a Sociedade teria que estar demonstrando isso como um resultado prático. E esse resultado prático foi demonstrado nas Sociedades onde estiveram presentes as Escolas de Filosofia à Maneira Clássica.

Hoje participo e sou um dos responsáveis pelo projeto “Filosofia e Vocação para Educadores”, firmado em parceria entre a Associação Cultural Nova Acrópole e a Sociedade de Educadores Giordano Bruno, que tem como objetivo “Colaborar com a construção da Ética individual e social por meio do fomento da Filosofia e da Vocação no sistema educacional.” Visa a formação de educadores que, munidos de aportes da Tradição da Filosofia à Maneira Clássica possam formar Seres Humanos Éticos e direcionados vocacionalmente.

Coincidentemente a primeira questão que é trabalhada com os Educadores se trata de um valoroso aporte que podemos colocar em nosso blog público no sentido de entendermos mais sobre o que é a Filosofia à Maneira Clássica: para que serve a Filosofia? Há quatro objetivos que se relacionam com essa resposta:

O desenvolvimento da ética

Ética na verdade é uma ciência, da qual muito pouco se sabe. E tudo o que se relaciona a ela acaba migrando para o âmbito da subjetividade. E esse é um grande problema, pois a ética pode e deve ser tão objetiva quanto qualquer ciência, que pode ser ensinada e avaliada sistematicamente. Não se trata de utopia, mas sim de História, pois temos exemplos que comprovam esses argumentos, como é o caso da Magna Grécia, aonde as pessoas eram formadas em ética. Ao completarem sua formação, eram certificadas, condição que lhes permitia participar de uma série de atividades na sociedade. Para tanto, havia professores que ensinavam o que era ética e promoviam que os alunos fossem capazes de colocar os interesses coletivos acima dos individuais, condição necessária para qualquer indivíduo assumir um cargo público. Este processo de avaliação continha provas práticas. A formação do cidadão ético grego incluía testes que serviriam para avaliar, dentre outras coisas, qual a índole do candidato, seu temperamento e seu caráter.

A questão da vocação

Se tivéssemos uma Ferrari e um Jipe e precisássemos de um carro para disputar uma corrida em um autódromo, não hesitaríamos em optar pela primeira. Mas se a corrida for disputada em uma trilha acidentada em montanhas, há grandes chances de que a Ferrari não consiga sequer completar a prova. Assim também acontece com as sociedades humanas: para cada lugar há a pessoa mais adequada para assumi-lo. A Natureza dotou cada ser humano de virtudes e habilidades específicas que permitem a todos encontrar seu lugar na sociedade, conseguir seus meios de subsistência e contribuir para o bem comum. Para que isso aconteça, as pessoas devem conhecer a si mesmas. Esse é mais um aporte que a Filosofia à Maneira Clássica tem condições de apresentar, pois a sua proposta é “Conhece-te a ti mesmo”. E uma das principais ferramentas para tanto é questão da vocação. Para os educadores ela proporciona diversos instrumentos. Permite, por exemplo, que aos 7 anos de idade a criança já tenha o seu primeiro encaminhamento vocacional, podendo ser direcionada para encontrar um lugar no mundo adequado à sua natureza.

O desenvolvimento de uma visão interdisciplinar

Esse é um termo conhecido entre os educadores e promove o combate à separatividade existente no Sistema Educacional. Os conteúdos curriculares estão separados entre si e também separados das questões humanas. Matemática, por exemplo, não tem ligações com Geografia ou Biologia. Muito menos com Ética. E isso falta não somente na escola, mas também nas empresas, no governo, em todos os lugares. A Filosofia tem condições de ligar a Química com a política, esta com a religião e esta por sua vez com a arte, a medicina e todas as demais. Ao se estudar as escolas de Filosofia à Maneira Clássica constata-se essa condição, essa metodologia que estuda a relação e a interligação entre todas as coisas que existem no Universo.

O desenvolvimento da inteligência estratégica

Por último, o quarto objetivo se relaciona com o desenvolvimento da inteligência nos seres humanos, de forma a se tornarem arquitetos de seu próprio destino. Historicamente, a educação sempre possuiu um papel de destaque nos grupos humanos, sendo a área responsável pela formação “para a vida”, tanto em termos individuais quanto coletivos. O citado desenvolvimento da inteligência que a Filosofia tem condições de propiciar está relacionado exatamente com esse desenvolvimento humano, com a capacidade que as pessoas tem de se relacionar com a vida, de desenvolver a sua genialidade. Não se trata aqui da inteligência racional, emocional ou motora, mas de uma inteligência que integra todas as demais. Trata-se do que poderíamos conceituar de inteligência estratégica, que possibilita ao ser humano planejar estrategicamente e alcançar suas metas através de todo o potencial que pode ser desenvolvido em termos de memória, atenção, discernimento, vontade, consciência, intuição, etc. Permite identificar corretamente as variáveis de uma situação específica e direcionar ações para lidar com ela.

Grandes gênios da Humanidade foram educados com esse padrão educacional. Ou seja, eles não foram gênios por acaso. Tinham o potencial, mas também tiveram professores que fizeram florescer neles toda a sua genialidade. Só para citar dois entre muitos exemplos, Leonardo Da Vinci teve Verrochio como professor e Platão teve Sócrates.

Por fim, fico feliz em poder contribuir para esclarecer aqui um pouco mais sobre o que seja uma Escola de Filosofia à Maneira Clássica. Para que a Filosofia reassuma seu papel na sociedade, é necessário esclarecer seus reais objetivos e todo o potencial humano e social a ser desencadeado no momento em que as pessoas colocarem em prática o imenso conhecimento que ela guarda.

A História das Escolas de Filosofia à Maneira Clássica

Ao pesquisar comparativamente a História da Humanidade, tanto no Ocidente como no Oriente, encontramos a presença de uma forma específica de abordar o conhecimento sobre o ser humano, a sociedade, o mundo e o universo: a filosofia à maneira clássica.

A presença contínua junto às culturas humanas, sobrevivendo através da transmissão pedagógica aos altos e baixos das civilizações, assinala a primeira característica importante da filosofia à maneira clássica: ela é uma tradição.

A palavra tradição vem do latim traditio/traditionis que significa a ação de dar, entrega, transmissão e ensino. Como tradição, a filosofia à maneira clássica constitui-se num conjunto de idéias e conceitos universalmente aceitos que passa através das épocas, formando um núcleo integrador dos grandes eixos culturais – ciência, arte, política, religião.

Esta tradição filosófica não se apóia somente no trabalho individual dos filósofos, mas na existência de instituições integradas às sociedades humanas, duradouros centros geradores de importantes movimentos sociais e culturais.

Temos então outra característica da filosofia à maneira clássica: ela é uma tradição que se desenvolve e se atualiza através de uma instituição social: as Escolas de Filosofia à Maneira Clássica.

Uma terceira característica da filosofia à maneira clássica pode ser percebida observando-se o significado desse complemento “à maneira clássica”, que acompanha e qualifica o termo “filosofia”, que por si só designa a busca e o amor à sabedoria.

Embora essencialmente todas as escolas de filosofia à maneira clássica fundamentem-se no mesmo núcleo de idéias e conceitos universalmente aceitos, cada escola ocupou-se de atualizar a forma com que essas idéias eram aplicadas na sua época. Com isso, tornavam novamente úteis idéias atemporais e voltavam a impulsionar a particular forma cultural onde estavam inseridas. Para essas escolas não se tratava simplesmente de repetir o “clássico”, mas de atualizar o conhecimento humano de forma pedagógica é prática. Esse é o trabalho característico das Escolas de Filosofia à Maneira Clássica.

Portanto, o estudo da história das Escolas é um tema de grande interesse, pois nos permitirá compreender melhor a nossa própria cultura: suas origens, limitações e as soluções possíveis para os seus problemas.

Poderíamos focalizar o estudo da história das escolas de filosofia à maneira clássica em diversos momentos e lugares do passado, desde as civilizações pré-colombianas na América, até as antiqüíssimas culturas orientais da Índia e China, passando pelas tradições filosóficas do continente africano e europeu.

Mas, para dar um primeiro passo, vamos focalizar o período das mais importantes escolas gregas, suas herdeiras na época romana e o importante fenômeno do Renascimento, entre os séculos XIV e XVI.

Sem desconsiderar as suas antecessoras, podemos assinalar um marco de grande importância na trajetória das escolas de filosofia à maneira clássica ocidentais na Escola Pitagórica, fundada por Pitágoras de Samos, filósofo grego que nascem em Samos entre 570 a.C. e 571 a.C. e morreu em Mataponto entre 496 a.C. e 497 a.C.

A tradição pitagórica foi uma das matrizes de outra escola destacada, a Academia, fundada em Atenas por Platão no ano 387 a.C. Dando continuidade ao espírito pitagórico, Platão fundiu numa grande síntese as idéias dos seus antecessores gregos com a essência do pensamento oriental da Índia e Egito. Além de imortalizar através dos seus Diálogos a figura de Sócrates, exemplo vivo do ideal das escolas de filosofia à maneira clássica: um ser humano capaz de profunda reflexão sobre si mesmo e o mundo, afeito ao diálogo como método pedagógico e de investigação, capaz de viver e morrer defendendo o humanismo.

O legado destes grandes centros filosóficos gregos transmitiu-se através do trabalho de vários filósofos e escolas, entre as quais se pode destacar o Liceu, fundado em 335 a.C. por Aristóletes, discípulo de Platão e a escola neoplatônica de Plotino, filósofo que viveu entre 205 e 270, desenvolvendo sua escola a partir de 244 a.C. em Roma.

No entanto, a tradição das escolas de filosofia à maneira clássica não percorre a história sem percalços. No ano de 529 a.C. Justiniano, o Grande fecha a Academia de Platão, instituição com 900 anos de existência. Rompe o ecletismo cultural presente por muito tempo na cultura romana e restringe a liberdade de expressão não somente no campo filosófico, mas também no religioso e social. Essas investidas contra o livre pensamento e a tolerância religiosa lançaram sementes que na Idade Média floresceriam em fatos históricos lamentáveis como a Inquisição.

Após essa ruptura, que nos leva a refletir sobre o que acontece quando as escolas de filosofia são impedidas de existir e aportar educacionalmente para os rumos da sociedade, vemos o seu ressurgimento, impulsionando as realizações da época Renascentista, grande influenciadora da cultura atual. Novamente, a união de filósofos orientais, como Gemisto Pleton, e humanistas europeus como Marsílio Ficino resgatou a tradição das escolas de filosofia, revalorizou as obras de Platão e fundou a Academia neoplatônica florentina, inspirada na Academia de Atenas.

Continuaremos desenvolvendo o tema através de outras postagens, por enquanto esperamos ter despertado interesse pelo desafio de revitalizar o conceito da filosofia à maneira clássica e as suas escolas. Acreditamos que retomar essas idéias é uma contribuição importante para compreender nosso mundo e torná-lo melhor.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Ao meu amigo anônimo, seja quem for:

Entendo suas razões para ter bloqueado o blog, mas entre nós internautas isto não pega bem.

Você me fez uma serie de perguntas e eu respondi. E quando fui entrar no seu site não consegui, pois você tinha bloqueado. E você não me deu nenhuma satisfação, ou seja, me deixou na mão, e até o momento eu não sei o que significa isso...

Enfim, tenho interesse em conversar com você.

Entendo que o que você pergunta é o que pode ser perguntado por muitas pessoas, principalmente porque quando não conhecem uma instituição, subconscientemente, pela manipulação mediática existente, tendem a pensar mal e a ter medo. E Nova Acrópole não é diferente a nenhuma instituição. Então, à volta dela sempre há, por parte de meios de comunicação, a desinformação, manipulação, etc.

O problema é que a sua atitude me deixou desconfiado e agora não posso responder a você com a inocência de uma pessoa de boa vontade, já que eu te respondi e você não publicou!

Então a partir de agora o que você quiser perguntar sobre Nova Acropóle, responderei sim, mas no nosso Blog, pois assim poderei ter garantia de que quando você fizer perguntas, as minhas respostas poderão ser publicadas.

O endereço do nosso Blog é www.novaacropolebrasil.blogspot.com